Para responder essa importante questão, inicialmente é preciso analisar a situação financeira do negócio, ou seja, como estão os indicadores de endividamento do negócio, que são:

  1. EG = (Capital de terceiros / Ativos totais) x 100

Trabalhar mais com Capital de Terceiros que com Capital Próprio pode ser vantajoso para as empresas. No entanto, uma participação do Capital de Terceiros exagerada em relação ao Capital Próprio torna mais difícil buscar mais crédito.

  1. Composição do Endividamento (CE)

A Composição do Endividamento indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais. CE = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante).

Ou: CE = Dívida de Curto Prazo / Dívida Bruta

Se a dívida é muito elevada, e se está concentrada no curto prazo, a situação é extrema, pois compromete o fluxo de caixa;

O comprometimento financeiro que gerou um endividamento não desejável ocorre normalmente pelas seguintes situações:

  1. Falta de planejamento – quando a empresa falha em analisar dados e parâmetros que deveriam estar disponíveis na DRE.
  2. Falta de vendas – que vai afetar o capital de giro da empresa, causando um problema de prazo médio de recebimento maior que o prazo médio de pagamento; dependência de capital de terceiros – que pode ser um resultado das situações anteriores, o que leva a empresa a contrair dívidas para pagar outras dívidas.
  3. Investimentos não planejados ou falta de gestão de gastos, acúmulo de impostos ou retiradas para investir em outros negócios.

Apesar de a palavra “dívida” já trazer a ideia de algo negativo, ela pode ser “boa” quando é contraída de forma planejada e estruturada, com a finalidade de investir em ativos que vão servir para alavancar o crescimento ou faturamento da empresa, ou reduzir custos da mesma.

O endividamento não deve ser visto como algo negativo para a empresa, visto que é importante para o seu crescimento. O que se deve existir é o endividamento saudável, de longo prazo. O endividamento de curto prazo, além de mais caro (no Brasil), exige uma parcela de Capital de Giro maior. Quanto mais dívidas a longo prazo, melhor para a empresa! Daí a importância de um endividamento de qualidade; assim, tendo mais tempo para gerar recursos e quitar suas dívidas.

E para concluir, a dívida tem que ser pagável, ou seja, não compromete os outros pagamentos e o custo da dívida (juros) não consomem os lucros gerados pelo negócio.

 

Adriana Pitt Chiarello

Consultora Inteligência Estratégica

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