Fiquei muito feliz ao ser convidada pela BMC Consultoria para escrever sobre os desafios da gestão por uma ótica feminina.
Crises econômicas e políticas, diferentes visões de mundo e expectativas entre gerações, aumento exponencial da concorrência, falta de mão de obra qualificada e outros tantos desafios são enfrentados diariamente por executivos em todo o país. Mas é importante ressaltarmos que, enquanto mulheres, somamos a esses desafios a luta por espaços em que, ainda hoje, muitas vezes, não somos bem-vindas.
Seria injusto dizer que pouco mudou no decorrer dos anos, mas enquanto muitos defendem que as cosias mudam a passos largos, é válida a reflexão do quanto as mulheres ainda precisam lutar para que sejam vistas, ouvidas e compreendidas no mesmo nível de igualdade.
Por exemplo, no Brasil as mulheres são a maioria da população e a maioria em universidades, mesmo assim ocupamos em torno de 35% dos cargos de gestão disponíveis.
Tenho orgulho de conviver e conversar com muitas mulheres em cargos de gestão, minha mãe (um dos meus maiores e melhores exemplos) desempenhou esse papel por muitos anos. As dificuldades relatadas são muito parecidas: provarmos constantemente nossa capacidade e
sermos julgadas por réguas completamente diferentes dentro e fora das organizações.
Enquanto uns dizem que é frescura e outros que a cultura vai mudar no seu tempo, eu defendo que cultura é o cultivamos. Se quisermos colher uma sociedade mais justa precisamos praticar ações que nos levem a isso.
Antes de tudo, precisamos estar preparadas. Conseguir fundamentar nossas ideias, posições e opiniões em fatos e teoria é fundamental. Se buscamos diversidade nas empresas, precisamos ser promotoras de diversidade. Sempre defendi que as melhores soluções acontecem quando temos o maior número de pontos de vista possível. Escutar verdadeiramente e promover um espaço seguro para que as pessoas participem e se expressem também é importante.
Vejo que estamos em um momento de aprendizado. Estamos aos poucos aprendendo essa nova configuração de mundo. Dessa forma, também é nosso papel falarmos abertamente sobre as dificuldades que temos para juntos nos educarmos para essa nova realidade. De forma acolhedora e constante. Precisamos nos apoiar e respeitar umas as outras. Isso não
quer dizer tratamento preferencial, mas igual.
Que grande oportunidade é podermos participar de uma mudança cultural que vai impactar a vida de tantas mulheres.
Feliz dia da Mulher!

 

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